Valor Online – Prêmio destaca atuação consciente de empresas do setor

Por Vanessa Barone | Para o Valor, de São Paulo

O mercado de moda como agente de transformação social e ambiental. É nisso em que acredita a consultora de moda especialista em sustentabilidade Chiara Gadaleta Klajmic, criadora do prêmio Ecoera. Em sua primeira edição, o prêmio consagrou pequenas e grandes empresas com iniciativas ambientais, na comunidade, nas relações de trabalho e na governança.

“Finalmente estamos conseguindo fazer uma radiografia do mercado com relação a essas questões”, diz Chiara, que há quase dez anos trabalha com a pesquisa e o fomento de práticas sustentáveis dentro da cadeia da moda. “Nossa missão é promover empresas conscientes e multiplicar essas práticas por toda a indústria”. Para isso, o prêmio contou com a metodologia do Sistema B, movimento global que visa redefinir o sucesso nos negócios e promover empresas que discutem e atuam em prol de questões sociais e ambientais.

Entregue no dia 25 de novembro, o Ecoera premiou pequenas (até 49 funcionários) e grandes empresas em três categorias: “Planeta” (práticas ambientais), “Pessoas” (relações de trabalho e comunidades locais) e “Ecoera” (que engloba as duas primeiras categorias). Esse último, que é o mais importante, foi vencido pela Insecta Shoes, de Porto Alegre (leia matéria acima), e pela marca de roupas Dudalina.

Na categoria “Planeta”, o Ecoera destacou a atuação da Etno Botânica – empresa de pigmentação ecológica e tingimentos natuarais – e o Grupo Lunelli, que reúne marcas de moda. Por fim, em “Pessoas”, os prêmios foram para o grupo de moda Reserva, do Rio de Janeiro, e para a grife de acessórios Catarina Mina.

“Fiquei muito surpresa porque, nesta primeira edição, já tivemos mais de 80 empresas inscritas”, afirma Chiara. Não é segredo que a indústria da moda é uma das mais poluentes do mundo e também uma das que mais explora a mão de obra barata. “Por outro lado, o consumidor está cada vez mais exigente e criterioso”, diz a consultora. Segundo Chiara, o mundo vive o momento do “capitalismo consciente”, onde as questões ambientais e sociais precisam ser tão importantes quanto o lucro. “Isso já é uma realidade para empresas de moda da Alemanha, Holanda e Inglaterra, principalmente”. E isso prova, afirma Chiara, que o sucesso corporativo está ganhando um novo significado. Felizmente.

 

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